Você sabe dessa minha mania de escrever cartas. Esse "você" nem existe. Esse "você" sou eu te inventando pra me sentir menos sozinha.
Quando eu começo a digitar qualquer beiradinha de texto, eu fico olhando para os lados e repetindo tudo o que eu escrevo em voz alta e continuo olhando para os lados tentando encontrar uma resposta para tudo o que eu escrevo. Eu não encontro nada e continuo escrevendo.
Meus olhos ficam cansados, entre-abertos, como se eu estivesse com febre ou doente de alguma coisa que ninguém sabe o que é.
Quando eu penso muito em alguma coisa acabo achando que é tudo paranoia da minha cabeça e percebo que estou delirando de tanto martelar na mesma ideia. Respiro e paro, paro de pensar. Deixo de pensar e começo a relaxar, a me distrair com tudo ao redor. E adivinha? Dá certo.
Dá certo até um certo ponto. E depois começo a martelar de novo na mesma ideia (Irritantes e infinitas vezes)
Apagar? Não! Eu deixo esse sentimento que eu desconheço rolar dentro de mim. Ele rola tanto que eu já me acostumei com a sua presença. Quando ele para de rolar eu acho que tem alguma coisa errada. Espera aí, aonde é que você foi? Você tá doente? Você cansou de rolar aqui dentro de mim? Volta pra cá. Vamos rolar juntos. Vem me confundir, me tirar o sono, me acordar no meio da madrugada. Calma aí. Você já cansou? É tão fácil assim desistir? Eu não sei ai, mas aqui continua rolando... Irritantes e infinitas vezes.
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